UMA REFLEXÃO SOBRE A INTELIGÊNCIA HUMANA
Somos mesmo tão inteligentes assim?
O mundo é o mesmo desde que é mundo.
O mundo é mundo, e por ser mundo, é o mesmo mundo.
No mundo que vivemos, no mesmo mundo, há vida.
Há vida inteligente, ou pelo menos essa é a percepção humana.
Se há vida inteligente, também existe o seu oposto, a vida não inteligente.
No mesmo mundo, há vida inteligente e não inteligente, então…
Vida inteligente são os seres humanos e os não inteligentes, são o resto.
Mas na mesma percepção do ser humano, alguns outros animais também são inteligentes.
Mas nenhum outro animal é mais inteligente que o ser humano.
Então o que seria inteligência, na percepção do ser humano?
De forma vulgar, seria a forma de agir e interagir, de construir e moldar, de pensar.
Obviamente, na percepção do ser humano.
Desta forma, o ser humano seria o padrão para medir inteligência neste mundo.
Para isso, estuda-se até hoje a inteligência a partir da mesma percepção.
Um mestre me disse, numa acalorada discussão sobre economia:
– Pra discutir o que eu penso, pra me questionar, primeiro você deve saber o que eu penso, beber da mesma fonte. Daí, quando você souber o que eu sei e o porquê sei, terá argumentos pra me questionar!
Se pensar é reflexo de inteligência e para alcançar a intelectualidade suficiente para entender a inteligência do outro devemos compreender o que o outro pensa, para após essa abstração, conseguir saber de fato se somos mais ou menos inteligentes, ou sábios, em relação ao outro, podemos nos achar realmente mais inteligentes?
Vejo intelectuais ou pseudointelectuais falando como se soubessem o que é melhor para o outro, sem sequer saber, de fato, como o outro vive e pensa o mundo que vive, com seus valores altamente complexos de um outro ser humano.
O mundo é o mesmo, mas as pessoas, que são os animais mais inteligentes deste mundo, vivem em mundos diferentes.
Mundos diferentes dentro do mesmo mundo.
É nesta percepção de mundo, que o ser humano se diz ser mais inteligente que o resto da vida neste mundo.
Mundos criados dentro das mentes dos animais mais sábios deste planeta, o nosso mundo.
Percebo algo muito estranho na percepção dos seres humanos, os animais mais inteligentes do mundo, e isso me responde diversas questões.
Maltratamos, pré conceituamos, menosprezamos, destruímos, e distinguimos o outro como se fôssemos diferentes e melhores que os outros, sem sequer saber o que outro pensa e como pensa.
Violentamos e coisificamos o outro como se o outro fosse algo de menor valor a nossa percepção das coisas.
Isso é inteligência?
Porque não?
A inteligência pode ser medida. Alias, uma medição que leva em consideração a inteligência de pessoas dentro de um padrão lógico. Uma lógica sobre a qual os estudiosos levam vantagem por saberem responder melhor por uma aptidão aprendida. E quem não tem acesso ou não necessitou desse aprendizado durante a sua vida? Ah… Necessidades!
Mas sinceramente, o que é inteligência?
O ser humano não sabe pular de galho em galho como um macaco. Mas se diz mais inteligente que eles.
Não sabe nadar como um golfinho. Mas se diz mais inteligente que eles.
Não sabe se organizar como abelhas e formigas. Mas se diz mais inteligente que elas.
Não sabe voar e perceber mudanças climáticas como as aves. Mas se diz mais inteligente que elas.
O mundo é o mesmo, os animais são os mesmos. O ser humano não. Ele evolui.
O ser humano cria tecnologias que o fazem ir onde naturalmente ele não conseguiria ir. Como por exemplo, ir às profundezas do mar, voar pelos céus como um pássaro ou além, indo ao espaço.
O ser humano evolui para além deste mundo.
O mundo não é suficiente, ele tem que ir além.
A sua inteligência é tamanha, que não cabe em um só mundo.
Este mundo é pouco.
O ser humano não quer, em sua reles vida individual, acabar como sendo o mesmo.
Mas a cabeça é a mesma, o corpo é o mesmo.
A única coisa que muda é o jeito de pensar.o mesmo.
Flávio Estaiano – as vezes um pensador
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